Da perseguição política
Não há dúvida que as perseguições e punições que sofri têm origem na minha militância, pois nunca deixei de manifestar minhas opiniões e tampouco deixei de lutar pelas causas que considero justas.
Costumo afirmar que minha militância política vem desde minha infância. Quando cursava as primeiras séries do ensino fundamental, durante a II Guerra, já militava junto com os estudantes da época na luta contra o nazi-facismo. Ajudei na campanha de recolher sucatas para serem utilizadas na fabricação de armas para as forças armadas e marchei para que o governo declarasse guerra contra o “eixo” formado pelos Estados nazi-facistas.
Após o fim da II Guerra com a redemocratização do Brasil, ainda adolescente, participei junto com meu pai da “campanha de qualificação de eleitores”. Orientávamos as pessoas da vila e da zona rural de Gavião Peixoto sobre a importância da participação na escolha de seus governadores e o que deveriam fazer para se qualificarem como eleitores.
Ainda que sem filiação partidária, já havíamos tomado partido e colaboramos na campanha que elegeu o Marechal Eurico Gaspar Dutra.
Em 1961 fui convidado pelo professor Carlos Aldrovandi, que havia sido meu professor na Faculdade de Odontologia da USP, em São Paulo e na época era o diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba; para fazer parte do corpo docente daquela instituição, mais tarde incorporada à Universidade Estadual Paulista, UNESP.
Como cidadão e agora professor universitário continuei tornando públicas minhas idéias no campo da política universitária e pelas reformas políticas que achava necessárias, entre elas a reforma agrária. (...)