sexta-feira, 5 de outubro de 2007

TERRORISTA NO BIJARI _A POETICA DO DISSENSO





Da perseguição política

Não há dúvida que as perseguições e punições que sofri têm origem na minha militância, pois nunca deixei de manifestar minhas opiniões e tampouco deixei de lutar pelas causas que considero justas.

Costumo afirmar que minha militância política vem desde minha infância. Quando cursava as primeiras séries do ensino fundamental, durante a II Guerra, já militava junto com os estudantes da época na luta contra o nazi-facismo. Ajudei na campanha de recolher sucatas para serem utilizadas na fabricação de armas para as forças armadas e marchei para que o governo declarasse guerra contra o “eixo” formado pelos Estados nazi-facistas.

Após o fim da II Guerra com a redemocratização do Brasil, ainda adolescente, participei junto com meu pai da “campanha de qualificação de eleitores”. Orientávamos as pessoas da vila e da zona rural de Gavião Peixoto sobre a importância da participação na escolha de seus governadores e o que deveriam fazer para se qualificarem como eleitores.

Ainda que sem filiação partidária, já havíamos tomado partido e colaboramos na campanha que elegeu o Marechal Eurico Gaspar Dutra.

Em 1961 fui convidado pelo professor Carlos Aldrovandi, que havia sido meu professor na Faculdade de Odontologia da USP, em São Paulo e na época era o diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araçatuba; para fazer parte do corpo docente daquela instituição, mais tarde incorporada à Universidade Estadual Paulista, UNESP.

Como cidadão e agora professor universitário continuei tornando públicas minhas idéias no campo da política universitária e pelas reformas políticas que achava necessárias, entre elas a reforma agrária.  (...)

trecho inédito das memórias de Percy Sampaio